Assim como milhões de brasileiros, a carioca Jailma Alves dos Santos Barreto, de 33 anos, viu sua fonte de renda cessar com a pandemia do novo coronavírus, e decidiu dar entrada no auxílio emergencial de R$ 600 oferecido pelo governo federal aos trabalhadores informais. Para sua surpresa, ao consultar o saldo, a diarista percebeu que havia recebido o dobro do valor: R$ 1.200. Agora, ela tenta devolver a parte que recebeu indevidamente, mas a dificuldade é tanta que ela pediu ajuda ao RJTV para resolver a situação.


Formada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Jailma não conseguiu emprego na área e há três anos trabalhava como diarista para complementar a renda da família. Seu marido, Renato, é porteiro. No passado, ela havia feito a inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) para tentar receber o Bolsa Família, mas no dia em que foi levar a documentação, esqueceu os documentos do marido, e o cadastro ficou incompleto.


— Acabei deixando passar, não voltei para completar o cadastro, e nunca nem recebi o Bolsa Família. Como sou trabalhadora informal e meu marido recebe menos que o limite permitido para ter direito ao auxílio, decidi me cadastrar para receber os R$ 600. Mas não tive nem a chance de colocar meus dados. Quando informei meu CPF, identificaram o CadÚnico. Só que como meu cadastro está sem os dados do meu marido, me pagaram o auxílio como se eu fosse mãe solteira — explica Jailma.


Ela conta que apesar de várias pessoas terem sugerido que ela ficasse com o dinheiro, sua consciência não ficaria tranquila se ela não devolvesse os R$ 600.


Na segunda-feira (dia 19), o governo federal lançou um portal para que os militares que receberam o auxílio emergencial indevidamente devolvam o valor. Jailma chegou a acessar esse portal e gerar o boleto para fazer a devolução. No entanto, o site só permite devolver o valor total que foi recebido, e não uma parte.


— Eu quero ficar com o que tenho direito, que são os R$ 600. Não me sentiria em paz se ficasse com um dinheiro que não me pertence, ainda mais sabendo que tem várias pessoas que não têm renda nenhuma em casa e não estão conseguindo receber. Pensei em ir à Caixa, mas fico com medo por causa da pandemia — diz.


A Caixa Econômica Federal respondeu ao RJTV que esse tipo de situação é atípica e que o processo de devolução pode ser feito em qualquer agência.


Em função da pandemia, o EXTRA perguntou à Caixa se existe alguma forma de fazer essa devolução remotamente, mas ainda não obteve resposta.


Fonte:Extra

Deixe seu Comentário