O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (29) que está encerrando relações com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e que vai realocar financiamento antes destinado ao órgão a outras iniciativas.
Para Trump, a OMS foi "pressionada" pela China para dar "direcionamentos errados" ao mundo sobre o novo coronavírus, causador da Covid-19.
"O mundo está sofrendo agora como resultado dos malfeitos do governo chinês", disse Trump.
O rompimento com a OMS vem em meio a uma série de desentendimentos entre o organismo e os EUA. Em abril, Trump anunciou a suspensão da verba à entidade — mas ainda não havia terminado as relações, como ocorreu nesta sexta.
Trump também acusou a China de estar à frente das decisões da OMS mesmo que Pequim financiasse menos o organismo do que os EUA, algo que vem sido criticado pelo presidente desde o início da pandemia.
"O mundo precisa de respostas da China sobre o vírus. A gente precisa de transparência", concluiu.
O governo dos EUA ainda estuda expulsar milhares de estudantes chineses de universidades norte-americanas. Segundo o presidente, a medida serviria para evitar espionagem.
As declarações foram dadas após o número de mortos por Covid-19 nos EUA ultrapassar a marca de 100 mil — o primeiro país a atingir esse total. Mesmo assim, Trump vem pedindo a reabertura da economia nos Estados Unidos.
Na coletiva, Trump também disse que tomaria medidas — incluindo sanções — à China e a apoiadores do governo chinês pelo avanço das leis de Pequim que minam a autonomia de Hong Kong. Por isso, o presidente dos EUA disse que começaria a "eliminar isenções que dão a Hong Kong um tratamento especial".
"A recente incursão da China [...] deixa claro que Hong Kong não é mais autônoma o suficiente para receber o tratamento especial que demos ao território", afirmou Trump.
Nesta semana, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou que retiraria esse status especial de Hong Kong dado pelos EUA em 1997, quando a China recebeu o controle parcial do território antes pertencente ao Reino Unido.
O endurecimento da China em Hong Kong gerou uma série de novos protestos no território — que já vinha passando por manifestações desde o ano passado, quando Pequim apertou o cerco a dissidentes do regime.
Fonte:G1