Pouco mais de dois meses após a sua inauguração, o hospital de campanha municipal de Manaus vai deixar de atender novos pacientes a partir desta segunda-feira (15). O anúncio foi feito pelo prefeito Arthur Neto, que embasou a decisão "na redução de casos da doença na capital". Manaus concentra, até a manhã desta segunda-feira, mais de 23 mil dos 56,5 mil casos de Covid-19 no Amazonas.


Inaugurado às pressas em 13 de abril, o hospital curou mais de 570 pacientes - entre eles, 28 indígenas - que precisaram de internação e, até esta segunda, atende apenas 46. Estes ainda receberão todo tratamento necessário antes que as atividades médicas sejam encerradas na unidade.


De acordo com o prefeito, após a alta médica do último paciente, o hospital de campanha deverá interromper suas atividades. A unidade foi um dos suportes ao colapso no sistema público de saúde, que chegou a operar com quase 100% de taxa de ocupação. Neste domingo (14), a taxa de ocupação era de 66%. No dia 28 de maio, o estado teve recorde de 2.638 novos casos da Covid-19 em um único dia. Neste domingo, o boletim aponta que houve 480 novas confirmações da doença.


A taxa de ocupação, atualmente, é de 30%, de um total de 180 leitos ativos, entre enfermarias, semi-intensivas e UTI. “O hospital de campanha cumpriu a sua missão. Fizemos às pressas para socorrer o governo do Estado, sobretudo a população de Manaus, e transformamos uma escola em hospital em tempo recorde, mas está na hora de fechar o hospital e fazer com que retorne ao seu destino de escola”, disse Arthur ao confirmar que o local será usado como centro integrado de educação de alto padrão.


Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, que esteve no hospital de campanha neste domingo, a prefeitura tem acompanhado de perto todos os indicadores de Covid-19, como casos confirmados, atendimento de suspeitos e observa-se que há uma redução em Manaus dos casos - o que reflete na redução das internações no hospital de campanha.


“Podemos dizer que o hospital de campanha cumpriu sua missão e que o prefeito Arthur conseguiu dar um grande apoio ao Estado. A partir de amanhã vamos rever todos os procedimentos dentro do hospital. Agradecemos todos os servidores que atuaram na linha de frente: médicos, enfermeiros, técnicos, nutricionistas, fisioterapeutas, que enfrentaram aqui dentro, de peito aberto e com determinação, esse inimigo poderoso e invisível que afetou de forma tão grave a população de Manaus”, comentou o secretário.


Manaus pode ser primeira cidade a 'vencer' a Covid

A décima edição do boletim do projeto Atlas ODS Amazonas, do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), prevê que Manaus será a primeira cidade do Brasil a "vencer" o novo coronavírus.


De acordo com o estudo, a transição para uma última fase da pandemia está acontecendo mais cedo na capital do Amazonas do que em outros epicentros do país, pois os dados projetam uma redução drástica na velocidade de mortes na cidade, após população passar por interação massiva com a Covid-19.


Reabertura do comércio e novos riscos


Acompanhando a redução dos números da Covid-19 no Amazonas, depois da rápida disseminação da doença colapsar o sistema público de saúde, o Governo do Amazonas segue com o plano de reabertura gradual do comércio, que teve início no dia 1º deste mês e acontece por meio de ciclos. O segundo ciclo do plano iniciou nesta segunda-feira (15).


O governo aponta que a redução nos números do novo coronavírus no estado, como as hospitalizações por Covid-19, justificam a retomada da economia. De acordo com o plano apresentado aos representantes dos demais poderes de Estado, neste sábado (15), a nova fase terá mais atividades que as previstas inicialmente.


Apesar disso, cientistas alertam que os dados da Covid-19 em queda podem saltar após o relaxamento de medidas de isolamento em Manaus.


Fonte:G1 Am

Deixe seu Comentário