A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na manhã desta quinta-feira (25) o fim do surto do ebola na República Democrática do Congo.


"Hoje é um momento de alegria. Estou feliz por comemorar o fim do surto de ebola na República Democrática do Congo. Como vocês sabem, visitei a RDC muitas e muitas vezes durante esse surto e gostaria de estar hoje com vocês e com as equipes de resposta durante este momento importante", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.


A OMS havia declarado emergência internacional devido à doença no país em 17 de julho de 2019. No início do mês, um novo surto passou a ocorrer no oeste do país, na província de Équateur, onde foram identificados dois pontos de transmissão do ebola; os primeiros casos foram detectados na cidade de Mbandaka, perto da fronteira com a República do Congo.


Segundo a organização, 12 casos da doença já haviam sido confirmados; oito das vítimas, incluindo dois profissionais de saúde, morreram.


Desde 2018, o governo local tem tentado diminuir o número de contaminados e mortos pelo ebola. De acordo com a revista científica "The Lancet", de 1º de agosto de 2018 até 28 de maio de 2020, havia 3.406 casos confirmados com 2.243 mortes pela doença.


Além do ebola, o sarampo apareceu com força na República Democrática do Congo em 2011 e o número de contaminados cresce ano após ano. Em 2013, por exemplo, eram 88.381 casos confirmados. Até o fim do ano passado, esse número saltou para 311.471.


Covid-19 no país

A mais nova batalha da República Democrática do Congo é com a Covid-19. O primeiro caso confirmado foi diagnosticado no dia 10 de março de 2020. No dia 24 daquele mês, o governo já declarava estado de emergência no país.


As experiências com outros surtos de doenças, como o ebola e o sarampo, foram fundamentais para o Congo lidar com o coronavírus. Líderes e instituições comunitárias fazem um trabalho de conscientização e prevenção com a população.


Por já ter enfrentado situações semelhantes em outras ocasiões, o país adequou a infraestrutura e profissionais de saúde empenhados em outros surtos para auxiliar no combate à pandemia do coronavírus.


Equipes de enfermeiros, médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde foram realocados e aproveitados para fazer atividades de sensibilização, triagem e testes da Covid-19. Há dificuldade, porém, na resposta rápida dos resultados, já que todas as amostras precisam ser enviadas para Kinshasa, capital do país.


De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a República Democrática do Congo registrava mais de 6 mil casos e 142 mortes pelo coronavírus até a tarde desta quarta-feira. Com as dificuldades na realização de testes e nos resultados, há suspeita de que haja número considerável de subnotificação.


A questão sócio-econômica do país é um fator preocupante no combate ao vírus. Grande parcela da população não tem acesso a saneamento básico e condições adequadas de higiene, como lavar as mãos, umas da maneiras de evitar o contágio do novo coronavírus.


Além disso, o alto índice de comorbidades, como hipertensão, diabetes, HIV e AIDS e tuberculose, são agravantes na luta contra a mortalidade.

Fonte:G1

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