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Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP) estão desenvolvendo uma vacina através de spray nasal para o tratamento do novo coronavírus. As informações foram divulgadas no Jornal da Unicamp na sexta-feira (04).


O estudo, realizado pelas instituições, está na fase de análise pré-clínica em camundongos e seguirá para uma etapa de escalonamento da produção. 


De acordo com a professora Laura de Oliveira Nascimento, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), esse processo indica o momento do teste que irá averiguar se o antivírus pode ser produzido em maior escala. Assim, ele sairia da fase de pesquisa e poderia ser lançado comercialmente. 


Nesse período do escalonamento, segundo a docente, a dificuldade é manter as características físico-químicas da vacina. A formulação seria baseada em polímeros nanoestruturados, ou seja, contando uma faixa de tamanho específica em escala nanométrica


Etapas de produção 


O professor e imunologista da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Marco Antonio Stephano, é quem coordena a equipe responsável pela elaboração e mostra os passos no seu desenvolvimento. A primeira etapa foi a produção do antígeno, uma molécula de proteína que incentiva o sistema imune a combater o vírus. Depois disso, acontece o escalonamento da produção para que seja possível desenvolver a vacina.


As vantagens 


Para os pesquisadores, uma das vantagens da imunização por spray, em comparação com a injetável comum, é o incentivo da produção das chamadas igA secretora, um anticorpo essencial. Com seu benefício, o meio de entrada do vírus no corpo é protegido. 


Mesmo que ambas as imunizações em estudo sejam protetoras, de acordo com a professora Laura, a vacina por spray nasal conseguiu eliminar o vírus já na porta de entrada. "Foi demonstrada essa vantagem de proteger a pessoa na entrada viral, então você consegue ter imunidade na mucosa nasal", diz. 


A cientista também analisa que com o spray a aplicação é facilitada e como não necessita de agulha, a adesão pode ser ainda maior. "Já fizeram cálculos de que se todos tivessem que ser vacinados ao mesmo tempo, não teria agulha para fornecer para todos nós, então temos essa vantagem", afirma.


Além disso, por ser uma vacina feita 100% com tecnologia brasileira, a dependência de recursos de países estrangeiros é diminuída.


Circulação 


A ideia é que até o fim de novembro os resultados da pesquisa sejam levados ao Comitê de Ética em Pesquisa. Se os testes humanos forem aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), eles podem ser iniciados em janeiro ou fevereiro


Fonte:Sbt

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