Um levantamento sobre clonagem de WhatsApp no Brasil assusta. Somente em agosto, cerca de 12 mil brasileiros sofreram com o golpe, segundo levantamento da PSafe, empresa especializada em segurança digital. Em comparação com janeiro, o número de vítimas foi 90% maior em todo o Brasil. No Paraná, mais de 40 mil pessoas tiveram o WhatsApp clonado no último trimestre, entre junho e agosto.
O golpe parece cada vez mais comum, principalmente com a pandemia de coronavírus. Os criminosos agem da seguinte forma: instalam o aplicativo de mensagens num celular utilizando o perfil da vítima; conversam com os contatos da pessoa, se passando por ela e pedem ajuda financeira para familiares e amigos.
“Quando o criminoso encontra algo comprometedor, pode até aproveitar para fazer chantagem, pedindo uma transferência na troca para não divulgar as informações, fotos”, explica o especialista em cibersegurança da PSafe, Emílio Simoni.
Como evitar?
Apesar de ser um golpe comum e que traz uma série de prejuízos, é possível evitar. Simoni sugere três dicas simples para não passar por essa dor de cabeça. A primeira delas é ativar a autenticação de dois fatores no WhatsApp. Para isso, é preciso ir em Configurações > Conta > Confirmação em duas etapas para habilitar uma senha de segurança.
A segunda dica é utilizar um sistema de proteção para identificar casos de clonagem, que pode ser feita por uma empresa especializada ou aplicativos disponíveis na Apple Store ou Play Store.
A terceira dica é nunca compartilhar dados pessoais por aplicativo de mensagem. “Nunca forneça dados de acesso ou token do aplicativo por mensagem de WhatsApp ou SMS. Geralmente o criminoso pede essa informação para conseguir a liberação do acesso”, alerta o especialista.
A confirmação em duas etapas já diminui e muito as chances do aplicativo ser clonado. “O que acontece na prática é que o criminoso vai desistir de clonar a sua conta, porque fica mais difícil, e vai para a próxima vítima. É importante também dizer que essa senha de verificação não deve ser compartilhada com ninguém”, explica Simoni.
Meu WhatsApp foi clonado, e agora?
Você estava utilizando normalmente o WhatsApp, até que de repente ele para de funcionar. “Quando isso acontecer, tem que tentar reinstalar o aplicativo o mais rápido possível e colocar a autenticação de dois fatores. Assim você consegue ter o WhatsApp de volta. Ou pode também errar a senha várias vezes, que o próprio aplicativo vai perceber que tem algo estranho e vai bloquear o WhatsApp temporariamente. Aí então, você pode entrar em contato com o suporte por e-mail, support@whatsapp.com”, recomenda Simoni.
Se não for possível recuperar o aplicativo a tempo dos criminosos utilizarem a autenticação de dois fatores, é preciso registrar um Boletim de Ocorrência. No Paraná, o B.O. pode ser feito pela internet na Delegacia Eletrônica na Polícia Civil, como estelionato, mas a vítima pode procurar também o Núcleo de Crimes Cibernéticos (Nuciber) ou qualquer delegacia. Além disso, a vítima deve avisar da clonagem a todos os seus amigos o mais rápido possível, antes que alguém realize uma transferência bancária aos criminosos.
Mesmo que seu aplicativo não seja clonado, é sempre bom lembrar de não repassar nenhum documento pessoal pelo WhatsApp. “Evite qualquer tipo de compartilhamento de documentos e informações pessoais, como foto do cartão de crédito, senhas, fotos íntimas. As informações podem ser interceptadas, ou numa clonagem de aplicativo, ou através de um vírus no seu celular ou no celular da pessoa que você tem contato”, orienta.
Fonte:Tribuna do Paraná