Inicialmente previsto para ser finalizado no mês de setembro, o protocolo de validação para testes no Paraná da vacina russa contra a covid-19 Sputnik 5 ainda está em elaboração pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). O documento precisa ser submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), responsáveis pela liberação do plano de execução da fase 3 dos estudos com o imunizante no país.


Ainda não há previsão de quando o protocolo será finalizado. O Tecpar explica que a produção do dossiê é um processo complexo, “que envolve tratativas técnicas, traduções e estudos sobre os dados que serão utilizados”. Entre as informações sobre a vacina que precisam constar do documento estão características físicas, químicas, embalagem, projeto e propriedades organolépticas do insumo farmacêutico ativo, entre outras.


O Paraná foi o primeiro estado do Brasil a fechar acordo com a Rússia para a realização de testes com a Sputnik V no país. No fim de agosto, em entrevista à Gazeta do Povo, o presidente do instituto, Jorge Callado, disse que esperava entregar o dossiê aos órgãos reguladores até o fim de setembro para que os testes tivessem início cerca de 15 dias depois. Com o atraso no protocolo, as aplicações também não têm previsão para começar.


Segundo o Tecpar, devem participar dos testes 10 mil voluntários, que receberão duas doses do imunizante, com um intervalo de 21 dias entre uma e outra aplicação. Os testes envolverão inicialmente profissionais de saúde e, na sequência, pacientes de grupos de risco, como idosos, hipertensos e diabéticos.


As doses que serão utilizadas na fase 3 do desenvolvimento da vacina serão fornecidas pela Rússia sem custos ao estado do Paraná, mas só poderão ser recebidas após aprovação dos testes pela Anvisa e Conep. Os resultados dessa fase devem ser concluídos em cerca de dois a três meses.


Caso os resultados sejam positivos, a previsão é de que o imunizante esteja disponível no Brasil a partir do início de 2021, incialmente por meio de importação. O governo do estado já reservou R$ 100 milhões do orçamento de 2021 para aquisição das vacinas. Outros R$ 100 milhões serão transferidos da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) com o mesmo objetivo.


Em agosto, outra vacina contra a covid-19, a chinesa Coronavac, começou a ser testada em Curitiba. Ao todo, 1.406 profissionais de saúde voluntários passarão pelos testes com o imunizante chinês no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.


Fonte:Gazeta do Povo

Deixe seu Comentário