Uma pesquisa desenvolvida no programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial da Universidade Positivo (UP), concluiu que uma planta nativa da Floresta de Araucária pode ajudar na perda de peso, redução no açúcar no organismo e também no acúmulo de gordura no fígado. O extrato da Picramnia excelsa, popularmente conhecida como Cedrico foi analisada em ratos albinos e os resultados foram bem animadores.
O estudo foi iniciado após a comprovação que a planta não é tóxica. A partir daí a equipe formada pelo mestrando Eunildo Macedo do Nascimento e o professor Marcelo de Paula Loureiro, com orientação da professora Eliane Vasconcelos, investigaram as propriedades do extrato aquoso da casca em um período de 30 dias. “Observamos que o chá administrado nos animais, que receberam dieta hipercalórica e hiperglicêmica, se mostrou capaz de reduzir o ganho de peso e os índices glicêmicos. E, inclusive, notamos redução da gordura no fígado”, disse Eliane.
A partir dos resultados, a ideia é tornar a Picramnia excelsa em um fitoterápico alternativo no tratamento da obesidade. “Nossa pesquisa pode gerar um fitoterápico alternativo para a redução do peso. Quero seguir a mesma linha de pesquisa para meu doutorado, avançar nos testes e originar um produto biotecnológico com a propriedade de emagrecimento”, relatou a professora que irá seguir com novas pesquisas para desenvolver o produto.
Para ser comercializado, é preciso obter registro e aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Vale reforçar que a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), não reconhece nenhum medicamento à base de plantas para emagrecer, e sim, apenas termogênicos e aceleradores do metabolismo.
Os pesquisadores utilizaram ratos machos albinos na pesquisa. Eles foram alimentados com dieta hipercalórica durante 24 semanas para indução da obesidade e diabetes Mellitus, sendo pesados a cada sete dias. Após o período final, os animais receberam o chá da casca da Picramnia excelsa durante 30 dias. Os animais foram pesados a cada três dias durante o tratamento.
Também, foram submetidos ao teste de tolerância à glicose oral para avaliar as alterações ocorridas na disponibilidade glicêmica pelo processo de indução de obesidade no início, no final do experimento e após 30 dias de tratamento com o chá. A pesquisa foi aprovada previamente pelo Comitê de Ética em Uso de Animais em Pesquisa da Universidade Positivo e seguiu as recomendações do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) para garantir toda cautela e cuidados éticos com os animais.
Fonte: Tribuna do Paraná