Curitiba será uma das três cidades brasileiras a fazer parte dos testes para um novo sistema de votação nas eleições. Em setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (STF) publicou edital convidando empresas e startups de tecnologia a apresentarem soluções inovadoras, de preferência on-line, feita por tablet, computador ou celular, para o sistema eletrônico de votação.


Entre as facilidades que esses novos sistemas podem trazer está o fato de o eleitor não precisar se deslocar para votar, podendo votar de qualquer lugar pela internet. Por causa da pandemia de coronavírus, a eleição municipal desse ano, no próximo domingo (15), vem causando discussões pelo risco de aglomerações, o que aumenta o risco de contágio de covid-19, o que seria descartado com a votação pela internet.


Desde 1996, o Brasil aposentou as cédulas impressas e adotou o voto pela urna eletrônica. Mas a opção por uma mudança para os próximos anos será avaliada pelo alto custo do uso desse sistema e pela necessidade de constantes manutenções e substituições das urnas. Ao todo, 26 empresas vão participar das demonstrações, sendo dez em Curitiba. Mesmo com a iniciativa privada, a Justiça Eleitoral permaneceria com o controle total sobre todo o processo de votação nessas novas tecnologias.



De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR), as demonstrações das empresas em Curitiba ocorrerão na Pontíficia Universidade Católica (PUCPR) no dia do primeiro turno da eleição municipal deste ano, no próximo domingo, 15 de novembro, das 10h às 15h. Os testes será monitorado pela Justiça Eleitoral e não têm não valem para a eleição de prefeito e vereador, que ocorrem normalmente na PUCPR pela urna eletrônica. Tanto que os votos simulados nos testes serão em candidatos fictícios


Qualquer eleitor que estiver na PUCPR e quiser participar dos testes pode procurar os estandes onde serão feitos os testes. As empresas que participam dos testes são Claro, Fidelity Mobile, Indra Company, Servix Informática, VSoft, Nova Opção Representação, Exsis, Perseu Software, Instituto Nacional de Excelência em Políticas Públicas (INEPP) e Lever Tech.


Segundo o TRE/PR, somente serão avaliadas as sugestões que agreguem segurança ao processo eleitoral, em especial no que diz respeito ao sigilo do voto. Os outros dois municípios que participam dos testes no Brasil são Valparaíso de Goiás (GO) e São Paulo (SP).


Fim das urnas eletrônicas?

Conforme aponta Claudia Afanio, integrante do Laboratório de Inovação, Inteligência e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (LIODS) do TRE-PR, a ideia é de que essas instituições apresentem soluções que possibilitem uma futura eleição sem a urna eletrônica. “O objetivo dessa demonstração é uma inovação aberta em que as empresas se proponham a sugerir um novo sistema eleitoral que seja digital, podendo ser pelo tablet, computador ou celulares”, afirma.



Segundo Claudia, embora as urnas eletrônicas sejam seguras, demandam uma logística muito grande e grandes investimentos. Além disso, a representante do TRE/PR ressalta que a mudança pode trazer benefícios aos eleitores, como a não necessidade de se deslocar para o local de votação e a economia para a sociedade como um todo.


Segurança

Contudo, o TRE/PR explica que as instituições privadas que se inscreveram vão ter que lidar com o desafio de encontrar uma solução moderna para o sistema de votação que considere as desigualdades da população brasileira. Ou seja, a dificuldade de alcançar a população que ainda não tem acesso à internet e a computadores ou celulares. Além disso, deverão garantir que cada cidadão consiga votar apenas uma vez e mantendo o sigilo do voto.




Segundo o TSE, a iniciativa faz parte do projeto “Eleições para o Futuro”, que visa, por meio da tecnologia, trazer benefícios aos eleitores mantendo a transparência e a segurança do voto nas eleições. A relação completa de instituições participantes e cronograma das reuniões técnicas com a equipe do TSE podem ser consultadas na página do Chamamento Público no Portal do Tribunal.


Fonte: Tribuna do Paraná

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