Se pontos de recarga são um dos principais obstáculos à popularização dos carros elétricos, uma fabricante americana decidiu eliminar a necessidade de conectar os EVs à tomada. 


Desse modo, a californiana Aptera Motors apresentou carro abastecido por energia solar, que já está à venda. 




Para entender como o Aptera Paradigm funciona, é necessário compreender primeiro seus painéis solares, que, através do efeito fotovoltaico, criam corrente elétrica pela luz solar. 




De toda luz que chega aos painéis, parte é refletida sem ser absorvida (3%), parte não gera eletricidade por conta do comprimento de onda (19%) e parte é convertida apenas em calor (33%). 




Tudo isso, somado a outras perdas, faz com que mesmo as placas mais avançadas tenham rendimento de apenas 20%, aproximadamente. 




Para que essa energia seja suficiente, o primeiro passo foi criar um triciclo (sim, o Paradigm não é tratado legalmente como carro nos EUA) altamente aerodinâmico.  


em preocupação com aparência tradicional, os engenheiros chegaram a um coeficiente aerodinâmico (Cx) de apenas 0.13. 




A título de comparação, isso é quatro vezes menos que um Fusca (0.49) e metade do Tesla Model S (0.24). 




Além disso, o Paradigm é construído quase totalmente em material compósito, substituindo partes outrora metálicas por compostos plásticos leves e altamente resistentes. Sem informar o peso do bólido, a montadora ressaltou apenas que ele possui três partes estruturais que se encaixam e se apoiam, ao contrário da tradicional plataforma como base à carroceria. 




Tudo isso mais baterias com alto poder de armazenamento garantem, segundo a fabricante, até 1600 km de autonomia. As baterias, claro, absorvem energia solar principalmente enquanto o veículo está estacionado. Durante o movimento, elas apenas recuperam parcialmente o que é gasto na locomoção. 




Como a incidência solar é essencial para o sucesso do Paradigm, a Aptera criou uma calculadora para estimar a autonomia do carro ao redor do globo. No Sul e Sudeste do Brasil, por exemplo, um motorista que rode 50 km por dia precisaria carregar o carro na tomada apenas duas vezes ao ano.


Em alguns pontos do Nordeste, é possível ter essa mesma autonomia sem sequer recorrer à tomada. Na Amazônia, entretanto, o excesso de nuvens reduz a autonomia diária com duas cargas/ano em cerca de 8km frente à média brasileira.




Especificações 




Guiado pela eficiência, o Paradigm é tecnológico mas sem luxo. Quem se irrita com os carros ‘plásticos’ brasileiros ficará apavorado com o interior quase feito via impressoras 3D e coberto por tecidos finos.


Há quase nada além dos dois assentos, volante, display de 15 polegadas e duas telinhas laterais, que exibem as imagens das câmeras que substituem retrovisores. Kits adicionais ainda podem ser adquiridos, acrescentando sistema de áudio, direção semi-autônoma e até pacote off-road ao modelo.


O Paradigm terá opção de tração nas três rodas ou apenas nas rodas dianteiras. O carro promete ir de 0 a 100 km/h em cerca de 3,5 s, atingindo até 110 km/h limitados eletronicamente. 




A fabricante reforça que mesmo depois de entregues, as unidades podem ser melhoradas com novas peças e componentes, instaláveis de maneira modular. 




Interessados em adquirir o ‘incarregável’ Paradigm, devem acessar o site da Aptera e pagar uma taxa de US$ 100 como sinal de interesse. 




Ao longo do ano que vem, os futuros proprietários serão contactados para combinar a entrega do carro e o pagamento. Os preços variam de US$ 25.900 a US$ 46.900, dependendo das configurações. 



Fonte: Quatro Rodas

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