A empresa espacial americana Capella Space lançou um satélite capaz de captar imagens de radar de abertura sintética (SAR, na sigla em inglês). Trata-se de uma resolução que possibilita ver até mesmo através das paredes de alguns edifícios.
O satélite Capella 2 é o primeiro dos Estados Unidos a ser projetado, construído e operado totalmente de maneira interna. Sua resolução permite captar imagens independentemente da cobertura de nuvens, visibilidade aérea ou horário.
A Capella Space foi fundada em 2016, tem sede em São Francisco e é comandada por Payam Banazade. Ao longo dos últimos anos, a companhia já realizou algumas rodadas de captação, em que recebeu 82 milhões de dólares em injeções de capital. Entre os investidores estão fundos de capital de risco como Spike Ventures, Mark VC, Artiman Ventures, Harmony Partners, entre outros.
Recentemente, a companhia lançou uma plataforma possibilitando a clientes privados ou ao governo americano solicitar imagens do satélite de qualquer lugar do mundo. Inclusive do interior de uma casa, por exemplo.
No próximo ano, mais seis satélites devem ser implementados, tornando a ferramenta de captação de imagens ainda mais forte. A Capella Space deve ajudar cientistas e agências governamentais a acompanharem as mudanças do planeta com mais detalhes.
O SAR não é invenção da Capella, mas a startup é a primeira a oferecer a tecnologia de forma mais acessível. A operação é semelhante a técnica utilizada por golfinhos e morcegos, que navegam usando ecolocalização. O satélite envia seu próprio sinal em direção ao local que deseja captar, recebe o sinal de volta, e, depois, o interpreta.
Cada pixel das imagens captadas representa um quadrado de 50 por 50 centímetros, o que é inovador no mercado de satélites SAR. De acordo com o Banazadeh, o limite não é tecnológico, e sim por conta da lei nos Estados Unidos, que não permite ir além desta resolução.
“Nessa frequência, as nuvens são bastante transparentes”, disse Banazadeh ao Futurism. “Você pode penetrar nas nuvens, nevoeiro, umidade, fumaça, neblina. Essas coisas não importam mais. E como você está gerando seu próprio sinal, é como se estivesse carregando uma lanterna. Não é importante se é dia ou noite”.
Fonte: Revista Exame