O acidente de ontem com um ônibus de turismo que causou a morte de 19 pessoas na BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná, aconteceu após um dos freios do veículo apresentar falhas, de acordo com informações da Polícia Civil do Paraná. Essa é a principal suspeita da investigação sobre as causas da tragédia após depoimento de um dos motoristas, um idoso de 67 anos, que estava ao volante no momento do ocorrido.


Em depoimento à Polícia Civil, o motorista informou que tentou evitar o acidente ao buscar uma via de escape, mas não conseguiu em razão do trânsito intenso na rodovia. Ele também pensou em encostar o ônibus na parte traseira de uma carreta modelo bitrem, que estava na sua frente, para tentar diminuir a velocidade, porém avaliou que a ideia era muito arriscada.


"Ao ver o painel, o balão de ar de freio do lado direito estava completo, mas o do esquerdo pela metade. Por isso não conseguia frear. Ele tentou uma área de escape, mas veículos impediram. O motorista também tentou contra uma bitrem, só que analisou melhor e não tomou essa atitude, perdendo o controle durante a curva", relatou o delegado Edgar Santana, sobre o depoimento.


De acordo com a Polícia Civil, o idoso revezava a direção com outro motorista desde a partida do ônibus na sexta-feira (22), em Belém. O outro condutor está internado em estado grave em um hospital de Curitiba. O destino era São José (SC), mas o veículo caiu em uma ribanceira após tombar em um trecho conhecido como "Curva da Santa", em Guaratuba. No ônibus, além dos dois motoristas, estavam também 53 passageiros.


O motorista ouvido pela Polícia Civil contou à investigação que não suspeitou de qualquer falha ao longo do percurso até chegar ao Paraná. O motorista não apresentava sinais de embriaguez e o teste de etilômetro não apontou presença de consumo de bebida alcoólica. A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) estava regular. "O motorista disse que o ônibus passou por vistorias pouco antes de sair de Belém e não apresentou nenhum problema durante o percurso", confirmou o delegado.


O motorista responde a investigação em liberdade. Ele mora em Belém e era a terceira vez que conduzia o ônibus no percurso até Santa Catarina. Cada passageiro desembolsava de R$ 400 a R$ 450 para a viagem.


A Polícia Civil informou que ainda não existe ninguém indiciado, mas adiantou que o acidente poderá resultar em denúncia por homicídio culposo, quando não existe a intenção de matar.


"É prematuro falar em responsáveis pelo fato. Iremos fazer a investigação com cautela, mas se for comprovada imperícia ou negligência por parte de alguém, será enquadrado por homicídio culposo com uso de veículo", apontou o Edgar Santana.


Fonte: Uol

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