Não há como negar que o americano Bill Gates é responsável por planos ousados no que diz respeito à tecnologia. O magnata e fundador da empresa de softwares Microsoft foi responsável por revolucionar o mercado de computadores há mais de três décadas. Agora, as ambições de um dos homens mais ricos do mundo vão além do plano terrestre. 


O bilionário está financiando um projeto de geoengenharia, em parceria com a Universidade de Harvard, que tem como objetivo reduzir a luz solar que incide sobre o planeta Terra, intitulado “Experimento de Perturbação Controlada Estratosférica”. A ideia é que a luz solar seja refletida para fora da atmosfera de nosso planeta. Outros doadores privados fazem parte da iniciativa, mas seus nomes são mantidos sob sigilo, bem como os custos da empreitada, segundo a imprensa americana.


De acordo com as primeiras notícias sobre o empreendimento, um aerossol composto de toneladas de carbonato de cálcio atóxico (CaCO3) seria capaz de dissipar a quantidade de luz solar que incide sobre a superfície terrestre. Com isso, parte da luz solar responsável pelo aquecimento global e pela constante alta de temperatura seria refletida de volta ao espaço. 


Testes serão realizados em junho deste ano, na Suécia, mas sem a utilização do composto, sob responsabilidade da Swedish Space Corporation, empresa estatal de tecnologia. A ideia é projetar um balão a 20 km de altura para que sejam testados os sistemas operacionais e de comunicação que serão responsáveis pela emissão da poeira de CaCO3 na atmosfera, caso o projeto avance.


A iniciativa, no entanto, enfrenta críticas. Um dos problemas levantados por pesquisadores é o fato de não se ter conhecimento sobre a quantidade necessária de aerossol para resfriar a atmosfera em um nível sustentável. 


Outro ponto suscitado é que a estratégia poderia resfriar a temperatura da Terra, mas sem atacar os gases estufa que estão na atmosfera terrestre atualmente. Além disso, não há muita clareza sobre quais são os efeitos causados pelo CaCO3, incluindo mudanças extremas no clima, não muito distantes do que acontece atualmente.


 Há também a preocupação de que a tentativa de bloquear a luz solar poderia ser um motivo para que países e empresas deixem de se preocupar com a emissão de carbono e gerando um retrocesso nas políticas climáticas firmadas sobre o gás. Pelo que se vê, tampar o sol com a poeira é mais difícil do que parece.


Fonte: IstoÉ

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