Essa semana, usuários estrangeiros da Netflix começaram a receber o seguinte aviso: "se você não mora com o proprietário desta conta, precisa de sua própria conta para continuar assistindo". Para acessar o serviço, agora é necessário verificar a conta com um e-mail ou código de texto, ou criar uma nova conta com um teste gratuito de 30 dias.


Imagens do aviso têm sido compartilhadas em redes sociais. Um porta-voz da Netflix nos EUA afirmou ao site The Streamable que "este teste foi desenvolvido para ajudar a garantir que as pessoas que usam contas da Netflix estão autorizadas a fazê-lo".


Não está claro se os usuários no teste precisam estar no mesmo endereço IP (um número atribuído a dispositivos conectados à internet) para serem considerados da mesma casa.


De acordo com os termos da Netflix, uma conta só pode ser compartilhada com membros de sua família: "O serviço Netflix e qualquer conteúdo visualizado por meio de nosso serviço são para seu uso pessoal e não comercial e não podem ser compartilhados com pessoas de fora de sua casa", acrescentou o porta-voz da Netflix ao site.


Até o momento, os planos do Netflix limitavam o número de usuários simultâneos, mas a plataforma permitia que pessoas em diferentes regiões assistissem à programação simultaneamente, mesmo em endereços distintos.


O aviso tem ocorrido em contas que acessam o Netflix por meio de TVs. Por hora não há notícias do aviso em dispositivos móveis.


A prática de "rachar" a senha com familiares e amigos é comum entre assinantes de streaming, mas poucas plataformas atacavam o problema à medida que a prioridade era crescer a base de usuários. Entretanto, com mercado amadurecendo, os esforços para intensificar a cobrança por conteúdo devem aumentar, como recentes medidas de Spotify e Twitter apontam.


Pirataria se torna um problema crescente

A nova política da Netflix dá uma mostra do poder da plataforma, que tem a liderança absoluta do segmento. À medida que se torna mais controlado o acesso dos usuários, aumenta o custo da assinatura, potencialmente gerando dois problemas. O primeiro é o aumento da pirataria. A prática já tem incomodado streamings, particularmente na Ásia, onde canais reproduzem ilegalmente o conteúdo das plataformas.


O segundo risco é o aumento do "churn" (uma métrica que indica o quanto uma empresa perdeu de assinantes. Para calcular o "churn", basta dividir a quantidade de clientes que perdeu até o final do período pelo total de clientes que iniciaram). Com o aumento dos valores das assinaturas aumentam, se torna mais frequente a prática de assinar por um mês, assistir o que puder, e cancelar rapidamente a assinatura.


Ao endurecer as restrições, a Netflix mostra estar confiante o suficiente com a qualidade de seu conteúdo e a capacidade de reter e atrair novos usuários.


A Netflix acrescentou um recorde de 37 milhões de assinantes em 2020, chegando a um total de 203,7 milhões de usuários quando o ano terminou - mais do que o dobro do que tinha apenas três anos antes. E enquanto a Covid-19 continua atrapalhando novas produções de cinema e televisão, a Netflix teria mais de 500 títulos em pós-produção ou prontos para lançamento na plataforma, afirmou a empresa no início do ano.


Testes desse tipo costumam começar em países desenvolvidos, particularmente na Europa e também pelos Estados Unidos, e posteriormente são estendidos para outros países como o Brasil. Procurada, a Netflix Brasil informou que "este teste foi projetado para ajudar a garantir que quem utiliza contas da Netflix tenha autorização para isso".


Fonte: Uol

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