O biólogo brasileiro Pedro Fruet, de 40 anos, está entre os sete ganhadores do prêmio Whitley Awards 2021, conhecido como o Oscar da Ecologia.
Ele desenvolveu um trabalho que promove a preservação de botos, ameaçados pela pesca em Rio Grande, região sul do Rio Grande do Sul. O prêmio equivalente a R$ 300 mil e será investido para aumentar o alcance do projeto no estado.
Pedro atua como secretário do Meio Ambiente do município e quer diminuir em 40% o índice de mortalidade dos animais nos próximos cinco anos.
Ameaça de extinção
O trabalho dele teve início em 2007, quando ajudou a fundar a ONG Kaosa, que abriga botos que vivem na região.
A espécie é ameaçada de extinção, principalmente pela pesca. Em 2012, uma zona de proteção foi instituída para preservar os botos, mas os animais continuaram ameaçados.
Hoje, a taxa de mortalidade de botos é de 6 por ano. Esse índice é considerado elevado, visto que temos apenas 600 animais em nosso ecossistema.
“Os golfinhos continuavam morrendo, e o pescador estava sendo preso e perseguido pelos órgãos de fiscalização, que estavam fazendo o trabalho deles. Estavam colocando energia e dinheiro do poder público nisso, e no fim das contas o problema persistia”, disse o biólogo.
Estratégia social
O projeto do Pedro, que rendeu o prémio, prevê treinar 50 pessoas para disseminar informações sobre a preservação dos botos.
Ele também quer criar um aplicativo, no qual as pessoas possam acessar materiais informativos, gráficos e pesquisas sobre a espécie.
Além disso, Pedro planeja fazer um mapeamento da população de botos. “A gente vai sair de barco, fazer esse monitoramento. Pelas marcas nas nadadeiras, é possível estimar o tamanho da população, quantos filhotes tem por ano, quando é que uma fêmea começa a reproduzir”, explicou.
E ele contou o motivo dessa paixão pelos botos.
“Os botos são criaturas maravilhosas e têm a capacidade de nos mostrar que podemos desfrutar do mundo em harmonia com animais selvagens. Acredito que, ao promovê-los a uma espécie emblemática, podemos proteger todo o ecossistema e melhorar a vida das comunidades locais”, disse em entrevista à Prefeitura municipal do Rio grande do Sul.
Fonte: Metrópoles