Um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) identificou uma progressão de miopia em crianças e adolescentes durante a pandemia de covid-19. Segundo o documento, 72% dos profissionais entrevistados relataram maior detecção do problema na faixa etária de zero a 19 anos.
Para a maioria dos especialistas ouvidos, a principal razão do aumento do distúrbio é a maior exposição dos jovens a telas de aparelhos eletrônicos tanto para o ensino remoto, como para o lazer durante o confinamento. Os médicos relataram ainda o agravamento acelerado dos casos já existentes do problema.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a orientação é para que seja evitada a exposição de menores de dois anos a telas, mesmo que passivamente. Para crianças entre dois e cinco anos, o limite deve ser de uma hora de tela, com supervisão. Para a faixa entre seis e dez anos, o tempo não deve ser superior a duas horas, também com supervisão.
Além disso, cerca de 96,3% dos médicos consultados consideram que o aumento de atividades fora de casa pode contribuir para reduzir os graus de miopia em crianças, recomendando de pelo menos uma a quatro horas de atividades externas por dia.
A pesquisa foi realizada entre abril e junho deste ano e contou com a participação de 295 médicos oftalmologistas com diversas subespecialidades, como pediatria, córnea, catarata, glaucoma e retina.
Miopia
A miopia é provocada quando o diâmetro do globo ocular é aumentado, ainda que ligeiramente. Por causa desse aumento, há um erro na refração da luz, prejudicando a visualização de objetos e imagens que estão mais longe do indivíduo.
A principal causa da miopia é a herança genética, mas a exposição excessiva às telas e a redução do tempo passado ao ar livre pode interferir em sua manifestação.
Fonte: SBT News