Parte de um foguete Falcon 9, do programa de exploração espacial SpaceX do bilionário Elon Musk, está em rota de colisão com a lua! O estágio superior do foguete, o propulsor, está vagando de forma descontrolada pelo espaço há 7 anos e agora segue para uma colisão inevitável.
O foguete Falcon 9 foi lançado da Flórida, Estados Unidos, em fevereiro de 2015 com a missão de colocar em órbita o Deep Space Climate Observatory (DSCOVR), um satélite meteorológico. Após completar essa missão, o estágio superior do foguete ficou sem combustível suficiente para retornar a Terra e acabou ficando abandonado no espaço. Geralmente os estágios superiores dos foguetes da SpaceX retornam a Terra depois de serem enviados ao espaço e inclusive são reutilizados.
Desde então, o foguete tem sido puxado pelas forças gravitacionais da Terra, da Lua e do Sol seguindo uma órbita caótica, como é chamado pelos astrônomos. No último dia 5 de janeiro, o pedaço da Falcon 9 fez um voo próximo da Lua. Com as observações obtidas desse voo, uma equipe de observadores liderada pelo astrônomo Bill Gray conseguiu calcular sua órbita e descobrir que o foguete colidirá com a Lua no dia 4 de março de 2022!
A equipe de Bill Gray também confirmou que a colisão ocorrerá na cratera Hertzsprung, localizada no lado oculto da Lua, o que significa que não será visível da Terra. O destroço da Falcon 9, com 4 toneladas a uma velocidade de 9 300 km/h, provocará uma colisão intensa, porém, os efeitos desse impacto não serão tão grandes, já que o foguete é um objeto muito pequeno em relação à Lua. Espera-se que, no máximo, uma nova pequena cratera seja formada, com cerca de 10 a 20 metros de diâmetro.
Esta pode ser a primeira colisão não intencional de lixo espacial, mas não é a primeira vez que um objeto feito por humanos colide com a Lua. Muitos foguetes e outras naves foram enviadas para colidir intencionalmente com a Lua. Durante muitas missões Apollo, por exemplo, a NASA colidiu os estágios de propulsão de seus foguetes na Lua para permitir a realização de medições sísmicas, para ajudar os cientistas a entender e caracterizar o interior da Lua.
Em 2009, o foguete Atlas V, também da NASA, colidiu no pólo sul da Lua, fazendo com que enormes quantidades de gelo saíssem de uma cratera, o que ajudou os cientistas a descobrirem que as regiões polares da Lua são ricas em gelo de água. Porém, dessa vez, é bem improvável que os cientistas consigam aprender algo com a colisão da Falcon 9.
Fonte: Tempo.com