Jorge ainda era adolescente quando experimentou uma droga ilícita pela primeira vez. Ele conta que queria se inserir no grupo dos meninos mais populares e todos usavam algum tipo de droga. Em pouco tempo, os efeitos negativos já começavam a chegar: reprovação escolar, afastamento da família, dos amigos e mentiras, muitas mentiras.
Esse é só começo da história do Jorge, nome fictício de um homem que tem 53 anos hoje, e que se orgulha de dizer que conseguiu, depois de muito esforço, abandonar o uso das drogas. Mas o caminho não foi nada fácil. Ele explicou que foram anos negando que precisava de ajuda e que só conseguiu iniciar o tratamento, de fato, quando decidiu que precisava parar.
Histórias como a do Jorge vêm aumentando nos últimos anos. E neste dia 20 de fevereiro, quando se celebra o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, um número: 284 milhões de pessoas, entre 15 e 64 anos, já usaram algum tipo de droga em 2020, um aumento de 26% em relação aos números de 2010. Isso é o que aponta o Relatório Mundial sobre Drogas 2022, feito pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes.
A psiquiatra Carla Bicca acredita que esse aumento se deve a muitos fatores, como a facilidade de acesso à compra de alguns tipos de drogas inclusive pela Internet. Mas ela garante que buscar ajuda é o primeiro caminho para se livrar do vício. O papel da família e dos amigos, nesse caso, é essencial justamente para identificar mudanças no comportamento que podem ser indício do uso das drogas.
E o Jorge, nosso personagem, garante que a família e os verdadeiros amigos têm mesmo um papel fundamental para cura. Atualmente, ele continua frequentando as reuniões no grupo de apoio Narcóticos Anônimos, e se emociona ao falar que já retomou a sua vida e se sente bem de novo.
Importante lembrar que não apenas as drogas ilícitas podem causar danos irreversíveis às pessoas, mas também o álcool que pode tornar-se um vício e levar o paciente a outras complicações médicas, como a cirrose e a hepatite.
Se você está precisando de ajuda para iniciar um tratamento, procure uma Unidade Básica de Saúde da sua região ou algum grupo de apoio como Narcóticos Anônimos ou Alcoólicos Anônimos.
Fonte: Rádio Nacional