Um novo tipo de golpe tem chamado a atenção da polícia e levado desespero às vítimas que, de uma hora para outra, viram seu pagamento mensal simplesmente sumir da conta bancária. É o da portabilidade do salário.


Tudo começou em 2018, quando a opção por mudar a conta em que se recebe o salário passou a ser mais prática, tudo via aplicativo. Porém, o que era para facilitar a vida dos trabalhadores, virou o "grande trunfo" de criminosos.


Um estudo apontou que houve mais de 3,5 milhões de tentativas de fraude de identidade só nos primeiros 11 meses do ano passado no país. O Distrito Federal é o local preferido dos criminosos por ter muitos servidores públicos.


Por enquanto, eles são as maiores vítimas dos golpistas, porque estão mais expostos na internet, com dados divulgados em plataformas públicas, como portais de transparência e diários oficiais. Mas, os servidores não são os únicos alvos.


Foi o caso do professor Alan Gois, que acabou sendo vítima do golpe. "Entrei em contato com o RH do instituto que recebo meu salário, e fui informado que o pagamento foi feito normalmente a um banco que está cadastrado lá. Aí, entrei em contato com esse banco, que é um grande banco, e esse banco disse que o meu salário tinha sido portado para outro banco, sendo uma solicitação minha, que eu não tinha feito", ele relata.


O gerente de Prevenção a Fraudes do Serasa, Rafael Garcia, explica o mecanismo usado pelos golpistas para cometer a fraude. "O fraudador joga uma isca, com o objetivo de ludibriar a vítima e roubar seus dados. E, na posse desses dados, ele comete diversos crimes, entre eles, a abertura de uma conta para aplicar o golpe da portabilidade"


O especialista explica ainda que os bancos devem ressarcir as vítimas. "A responsabilidade está relacionada, primeiramente, ao banco, que permitiu a abertura de uma conta fraudulenta. Esse banco deve ter medidas preventivas para evitar qualquer tipo de tentativa de criação de uma conta, usando dados de uma possível vítima. O banco que permitiu que essa portabilidade também ocorresse, ele deve, de alguma forma, notificar a vítima, para saber se é ela que está solicitando essa portabilidade", conclui Garcia.


No caso de Alan, o valor foi devolvido, pouco tempo depois. Mas, as contas acabaram sendo pagas com atraso. "Você se pergunta: sou professor, não sou uma pessoa que tem grandes chances de levar um golpe, porque ninguém vai querer dar um golpe em um professor. Sou um professor público, nunca tem dinheiro na minha conta. E aí, você se depara com sua conta aberta, no seu nome, com seu salário sendo transferido de uma forma, inclusive, dentro da lei, aparentemente", pondera a vítima.


Fonte: SBT News 

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