Estudantes de baixa renda do ensino médio terão uma poupança para incentivá-los a permanecer na escola. O programa vai contar com um fundo de R$ 20 bilhões, vindos de recursos da exploração de óleo e gás e vai ser direcionado para os estudantes nos quais as famílias fazem parte do Cadastro Único dos Programas Sociais.


A ação foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira em uma Medida Provisória. Os valores e formas de pagamento da poupança ainda serão definidas pelos ministérios da Fazenda e da Educação.


A ideia do Governo é depositar um valor mensal em uma conta aberta em nome do estudante. Para ter acesso aos recursos, existem alguns condicionantes, como frequência escolar, não ser reprovado e também fazer a matrícula para o ano seguinte. Para os que estão no terceiro ano, também será exigido participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).


Segundo uma pesquisa do Pnud, feita em parceria com a Firjan e o Sesi, divulgada no primeiro semestre desse ano, a evasão escolar é um dos principais problemas da educação brasileira. Só no ensino médio, 500 mil jovens largam os estudos por ano no Brasil. Os motivos são os mais diversos: necessidade de trabalho ou pela escola ser desinteressante. Entre os 20% mais pobres, menos da metade conclui os 3 anos desse período. Já entre os 20% mais ricos, o índice de conclusão passa dos 94%.


Kelvin Gonlçalves parou os estudos no início da pandemia de Covid-19 para dar uma força nas contas de casa. Em 2021, ele sentiu necessidade de voltar à escola. Hoje, aos 18 anos, está cursando o 2º ano do ensino médio em uma turma de educação de jovens e adultos em uma escola pública de Brasília.


Jurena Caparelli, supervisora pedagógica de educação de jovens e adultos, explica que o principal motivo para os estudantes abandonarem a escola é a falta de estímulo para continuar estudando.


O estudo do Pnud mostra ainda que os jovens que abandonam a escola têm mais dificuldade para arrumar empregos formais e também possuem expectativa de vida até 3 anos menor que a média. Sem falar as perdas na economia, que chegam a R$ 220 bilhões.


Fonte: Rádio Nacional 

Deixe seu Comentário